Projeto Impactando Kelson’s, do RJ chega a Paraisópolis e oferece corte gratuito
“Nós começamos com o propósito de alcançar as vidas dos jovens que estavam na comunidade, jovens que estavam sendo seduzidos pelo tráfico de droga…”
Em parceria com o G10 – Favelas o projeto Impactando Kelson’s, que oferece curso de barbearia no Rio de Janeiro, na comunidade que leva o mesmo nome, Kelsons, realizou uma ação nesta segunda-feira, (23), na favela de Paraisópolis, SP, que garantiu cortes gratuitos. A temperatura que chegou à máxima de 31 graus, deixou um clima agradável para as pessoas que eram atendidas por ordem de chegada.
O projeto surgiu em abril deste ano, a partir da conversa informal entre amigos, com a ideia de oferecer formação gratuita de barbeiro, principalmente a jovens inseridos no tráfico de drogas – uma tentação aos adolescentes negligenciados pelo Estado, que sem políticas públicas voltadas ao futuro profissional acabam sendo alvo fácil.
Thiago Melo, 36, um dos idealizadores, conta que a principal motivação era poder oferecer uma perspectiva aos jovens da da sua comunidade.
“Nós começamos com o propósito de alcançar as vidas dos jovens que estavam na comunidade, jovens que estavam sendo seduzidos pelo tráfico de droga, pela marginalidade. E a gente queria achar um jeito de fazer com que esses jovens tivessem uma visão de futuro maior, então nós pegamos a nossa arma, que é a barbearia”.
Ele ainda ressaltou que muitos dos que são aliciados pelo tráfico, são iludidos com a falsa promessa de dinheiro fácil, por isso, o projeto vai além de só ensinar uma profissão.
“O dom que o Deus nos deu pra poder fazer com que esses jovens tenham uma visão diferente da comunidade, que o trabalhador também vence. Então, tendo os barbeiros como referência, vendo a gente com a roupa legal, com o carro legal, com a casa legal. E tudo que nos proporcionou foi a barbearia”, completa.
O projeto também pretende oferecer outros cursos: empreendedorismo, inglês e informática.
Rafael Araújo, 34, um dos instrutores e também idealizador, começou a cortar o cabelo em 2009, em uma oportunidade foi para a França e ficou exercendo a profissão por um tempo lá. Para ele é importante mostrar que há outras formas de chegar longe. Aprendeu a profissão com um amigo da comunidade, por essa razão, repassar o conhecimento é uma forma de demonstrar sua gratidão.
“É muito gratificante pra gente poder contribuir um pouco com o que a gente aprendeu de graça, porque eu sou barbeiro hoje, profissional, mas lá no início, no ano de 2009, eu aprendi de graça, né?”, relembra.
O projeto está no início, em sua segunda edição, mas o fruto dessa parceria com o G10 reforçou o desejo de continuar atraindo mais pessoas que têm afinidade com a causa e queiram somar forças.
Kauê Moraes, de apenas 14 anos, é da primeira turma do curso, a paixão pela profissão veio cedo, por intermédio do primo. O jovem comenta como um corte de cabelo pode interferir em como a pessoa se sente.
“Levanta a autoestima da pessoa, faz a pessoa acordar até mais feliz”.
Ele relata, que muitos aproveitam o momento do corte para compartilharem os conflitos, Gerando um sentimento de alívio.
Pode trazer isso e muito mais, porque a barbearia vai além do corte, então não é só cortar cabelo, porque às vezes a pessoa pode estar passando por uma dificuldade, quando se senta na cadeira, ela pode ter alguém para poder ter um consolo. A pessoa na barbearia, ela pode desabafar, pode ficar relaxada”, conclui.
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