O Cemitério Campo Santo, considerado um lugar sagrados para a Comunidade Quilombola Rio Preto pode se tornar um sítio arqueológico
É um lugar que tenho estima porque lá estão sepultados meu pai, meu ioiô, minhas tias, meus tios”.
Conhecido como Campo Santo, um cemitério localizado na Comunidade Quilombola Rio Preto, em Lagoa do Tocantins, pode se tornar um sítio arqueológico. Especialistas do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avaliaram o local, que terá mais pesquisas para dar início ao processo de reconhecimento de patrimônio público.
Com a construção de uma simples cerca, os quilombolas protegem o local para que o gado da fazenda ao lado não invadam e comprometa a preservação do sítio, além disso, mantém a memória dos seus ancestrais enterrados há mais de 100 anos por descendentes de escravizados.
Em entrevista ao G1, a cantora Onorata Ferreira Lopes fala das memórias afetivas que guarda: “ É um lugar que tenho estima porque lá estão sepultados meu pai, meu ioiô, minhas tias, meus tios. Quando é Dia de Finados vamos lá colocar velas. Os sepultados lá eram os mais velhos, os troncos velhos, todos daqui”.
Com mais de 26 mil sítios arqueológicos, segundo o IPHAN, a lei nº 3.924, de 1961 garante a proteção do poder público, ação essencial para preservar um local, que abriga, mais que os ossos dos antepassados, tradição e a memória do povo preto.
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