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O Artista Rafael Willian teve exposição vetada no no Mercadão de Madureira

O Artista Rafael Willian teve exposição vetada no no Mercadão de Madureira

Foto: Divulgação

Por Fabiana Lima

Publicado em 26/10/2023 às 15:30

“Eu vivo a arte desde pequeno. Desde muito novo eu já desenhava. Quando não tinha pincel era com lápis da escola, quando não tinha lápis era com tijolo na rua, com café. Já desenhei com tudo”.

Rafael Willian, 21, artista visual, morador do bairro Senador Camará, localizado na Zona Oste de São Paulo, Rio de Janeiro, que teve uma de suas obras censuradas por gestores do Mercadão de Madureira, no Rio de Janeiro, ganha exposição na Câmara.

Willian desenha desde a sua infância, ele conta, em entrevista ao G1, que os recursos eram poucos, mas ao mesmo tempo foram esses desafios que o fizeram encontrar outros caminhos.

“Eu vivo a arte desde pequeno. Desde muito novo eu já desenhava. Quando não tinha pincel era com lápis da escola, quando não tinha lápis era com tijolo na rua, com café. Já desenhei com tudo. Hoje faço no celular, arte digital, com o dedo. Comecei em um celular pequeno, já fiz arte em madeira. Faço com os recursos que eu tenho. As dificuldades também me motivaram”.

A arte vetada retratava a opressão policial, em que um jovem negro é baleado pelas costas por PMs em um viatura, embora seja uma arte, ela representa uma realidade enfrentada por jovens do Rio de Janeiro, apesar do ocorrido, vários internautas se solidalizaram com a ação e o apoiaram. Isso serviu para que surgissem outras oportunidades.

O artista visual relata que suas inspirações foram seus pais e seu primo. Seu pai sempre o incentivou a desenhar e costumava exibir seus desenhos para amigos, seu primo, que desenhava, também era uma referência, mas foi morto pela polícia. Toda violência que ele presenciou desde a infância é material para compor sua arte.

O incidente, mostra o reflexo de uma sociedade que não parece querer dialogar ou ver o que está acontecendo, apesar disso, Willlian ganhou um convite para expor seu trabalho no Palácio Pedro Ernesto , sede da Câmara de Vereadores do Rio, por intermédio da vereadora Mônica Cunha.