Núcleo Negro de Pesquisa e Criação apresenta “Fala das Profundezas no Centro Cultural Grajaú”
No dia 4/6 (domingo) acontece o bate-papo Outros Olhares, após a apresentação, com participação da pesquisadora Dana Fittipaldi e do autor e diretor Gabriel Cândido.
O Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) apresenta a peça Fala das Profundezas no Centro Cultural Grajaú, nos dias 3 e 4 de junho, sábado, às 20h, e domingo, às 18h30, com ingressos gratuitos. Com dramaturgia e direção de Gabriel Cândido, a montagem conta com interpretação em Libras.
Em uma realidade pautada pela exploração da força de trabalho em troca do básico para sobreviver, a peça mostra a insurgência de um povo contra uma engrenagem que precariza a vida para acumular poder. As contradições deste povo despontam junto aos seus anseios, sonhos e prazeres no território em que vivem tendo como pano de fundo a iminência de uma combustão social.
Fala das Profundezas busca ativar imaginários de mobilização coletiva, no sentido de fazer crer que, mesmo em um contexto de exceção, repleto de contradições e de escassez, é possível criar movimentos em prol de melhores formas de viver. “Este ‘possível’, na peça, é apresentado, ao longo da narrativa, como uma espécie de centelha que vai se desdobrando em mais centelhas e, assim, animando essas personagens que, apesar de tudo, sonham, festejam e confabulam como um ato contra o marasmo do sistema capitalista”, comenta o autor e diretor Gabriel Cândido.
A encenação do Núcleo Negro de Pesquisa e Criação acontece em um formato arena, no qual as atrizes e os atores propõem um jogo cênico de aproximação e distanciamento com o público durante toda a narrativa, assumindo-o como parte do acontecimento teatral. O diretor comenta: “Um teatro negro que não está pautado pelo racismo gera estranhamento, pois é o que sempre esperam de nós. Penso que a Fala das Profundezas não corresponde a essas expectativas porque buscamos o exercício da alteridade radical, quando debatemos questões presentes em toda a sociedade brasileira, desde relações afetivas até as relações de terra, trabalho e capital”.
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