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Dia Internacional da Visibilidade Trans: a importância de ocupar espaços de liderança

Dia Internacional da Visibilidade Trans: a importância de ocupar espaços de liderança

Por Victor da Matta

Publicado em 31/03/2023 às 17:17

MC Trans, diretora do +Favela TV e Boonde TV, fala um pouco sobre a data

Hoje, sexta-feira (31), é o Dia Internacional da Visibilidade Transgênero, uma data importante para o fortalecimento da defesa, respeito à diversidade e conscientização para as denúncias.

Apesar de algumas pessoas fazerem referência à data como celebração, outras destacam que se trata de um momento de reflexão, conscientização e principalmente resistência.

Embora ser uma data internacional, aqui no Brasil, segundo o Dossiê Assassinatos Nacional de Travestis e Transsexuais Brasileiras da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), é o país onde se matam mais pessoas trans no mundo pelo 14º ano consecutivo.

A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos. Segundo relatório da Antra, 131 pessoas trans foram mortas no país em 2022, entre as vítimas, a idade varia entre 18 a 29 anos.

Mc Trans, diretora e apresentadora do +Favela TV e Boonde TV, comenta sobre o data: “Infelizmente, esse dia pra mim é muito simbólico. Eu falo ‘infelizmente’ porque eu gostaria de ter boas lembranças, experiências e conquistas que fossem naturalizadas entre minhas irmãs”.

Em datas como essas, grandes empresas se pronunciam e criam campanhas para a comunidade LGBTQIAP+, no entanto, o dia de hoje evidencia a importância da participação efetiva de pessoas trans muito além de preencher cotas, mas que elas ocupem espaços de liderança.

A empresa de comunicação, o Sou+Favela, mostra como a representatividade e diversidade devem ir além do debate e passar a fazer parte do cotidiano. A diretora e apresentadora, Ana Victória Monforte (MC Trans), do +Favela TV, fala sobre a importância de ocupar espaços e conta que esta é a primeira vez que ocupa um emprego formal em 35 anos de vida.

A diretora ressalta: “É um dia importante, sim! Importante para a luta, para nossa resistência e sobrevivência. Mas não iremos esquecer que mais um ano o Brasil é o país que mais nos mata. Sendo o primeiro que mais consome pornografia trans na internet. Olha a contradição!”.

O Costurando Sonhos, que compõem o hub de negócios do G10 Favelas, uma iniciativa que acolhe mulheres e as capacitam em corte e costura, já formou mais de 10 homens e mulheres transsexuais e atualmente conta com uma pessoa na equipe empregada na área da moda.

“A sociedade que não conhece a nossa história, as nossas vivências, e muitas vezes, por não entenderem e aceitar quem somos, nos colocam de cara para parede, de castigo. Mas infelizmente nosso castigo é a invulnerabilidade e a rua. Ainda bem que estamos aprendendo a sair com nossas próprias pernas”, finaliza a MC Trans.