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David Miranda, ex-deputado, morre aos 37 anos

David Miranda, ex-deputado, morre aos 37 anos

Por Gustavo Souza

Publicado em 09/05/2023 às 10:23

O ex-deputado estava internado desde agosto de 2022

David Miranda, ex-deputado federal, morreu nesta terça-feira (9) aos 37 anos. David era casado com o jornalista Glenn Greenwald (The Intercept Brasil), e deixa 3 filhos.

A informação foi divulgada pelas redes sociais de Glenn: “É com a mais profunda tristeza que eu comunico a morte do meu marido, David Miranda. Ele iria fazer 38 amanhã. Sua morte, no início desta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em paz, cercado por nossos filhos, pela família e por amigos”, informou o marido do ex-deputado.

David estava internado desde o dia 6 de agosto de 2022 para tratar uma infecção gastrointestinal, além de sofrer infecções sucessivas, em um quadro de septicemia.

O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciou sobre a morte de David. “Meus sentimentos ao @ggreenwald e familiares pela perda de David Miranda. Um jovem de trajetória extraordinária que partiu cedo demais”.

David nasceu e cresceu na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O ex-deputado sempre foi estimulado pela tia a escolher o caminho dos estudos, como forma de sair das dificuldades que sua família sempre viveu.

Miranda foi o primeiro vereador LGBTQIAP+ da história da Câmara do Rio de Janeiro, também era filiado. Eleito em 2016, David recebeu 7.012 votos nesta eleição. Ele foi um forte ativista na luta pelos direitos civis de gays e pretos ao lado de Marielle Franco, além de fazer parte do coletivo: A Casa da Juventude no Rio de Janeiro.

David assumiu a vaga de deputado federal em 2019, que era de Jean Wyllys, que decidiu sair do país por ameaças de morte. O primeiro projeto de lei do deputado que foi aprovado determina medidas protetivas para a população LGBT, que integram a Lei Maria da Penha. Além de determinar que locais públicos fossem obrigados a ter placas com o disque 100 para denúncias de violência contra raça e etnia.

Em 2019 David foi eleito como um dos dez líderes da próxima geração pela revista “Time”.