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CONHEÇA A AGRO FAVELA: Filme concorre no Festival de Cannes Lions 2023

CONHEÇA A AGRO FAVELA: Filme concorre no Festival de Cannes Lions 2023

Por Gustavo Souza

Publicado em 14/06/2023 às 17:10

Fazenda dentro de Paraisópolis tem 900m² e faz parte de mais de 6 milhões de doações de marmitas por ano

O Brasil é hoje o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. Essa posição é um reflexo do grande investimento e produção da agricultura no país. No entanto, em contramão ao avanço global da agronomia, o Brasil voltou para o mapa da fome, com cerca de 33 milhões de pessoas passando por alta vulnerabilidade alimentar.

Essa discrepância alarmante é preocupante, principalmente quando se trata das periferias, os números aumentam, os números aumentam, dado a dificuldade das políticas públicas de alcançar esses locais, famílias e pessoas.

Foi procurando maneiras de solucionar a fome nas favelas brasileiras que nasce a Agro Favela, iniciativa do G10 Favelas em parceria com a Sodexo, que construiu em Paraisópolis (com mais de 100 mil moradores) uma horta de 900m² e alimenta 400 pessoas por dia, além dos funcionários do Pavilhão Social do G10.

Mas afinal, que tipo de solução é essa? A Agro Favela é uma agricultura urbana dentro das favelas, feita por mulheres da comunidade para alimentar e nutrir pessoas de Paraisópolis, São Paulo. Para isso, foi criado em um espaço uma horta sustentável capaz de alimentar milhares de moradores durante o ano.

Agro Favela em Cannes Lions

O principal objetivo da iniciativa é multiplicar as fazendas nas favelas de todo o Brasil, e implementar a solução para erradicar a desnutrição e a fome em algum dos locais que mais sofrem com essa realidade.

A partir dessa premissa, a Agro Favela, em uma realização do Sou+Filmes de Favela com o G10 Favelas, participa da 70ª edição do maior festival de publicidade do mundo, o Cannes Lions 2023. Além de concorrer ao prêmio Leão, esta é uma oportunidade de mostrar ao mundo as soluções que já existem dentro das favelas brasileiras e podem ser implementadas ao redor do mundo.

“O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, mas por aqui a alimentação ainda caminha para ser uma prioridade. A falta de soberania alimentar afasta as populações de sua cultura e acarreta diversos danos à saúde, por isso para nós, muito mais que um projeto é um compromisso”, diz Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas.

O maior painel OOH do Brasil

Em 900m² de área, a horta da Agro Favela, uma fazenda urbana no centro de Paraisópolis, é desenvolvida com uma diversidade de técnicas de cultivo de verduras, legumes, hortaliças, frutas e frutos. São mais de 60 espécies de hortaliças que rendem 960 pés a cada colheita, realizada mensalmente.

São 2.400 mudas de plantas que garantem uma extensa área verde, além de promover alimentos sem agrotóxicos. Outro fator é a geração de renda dentro das periferias a partir da fazenda, que une cursos de capacitação e conscientização alimentar, de qualidade de vida, sobre o meio ambiente e responsabilidade social.

Com uma extensão de 850 metros, o G10 possui o maior painel de OOH do Brasil. A mídia destaca em sua primeira campanha comercial a iniciativa Agro Favela – Refazenda: “FAVELA É AGRO”. A receita do painel de mídia, sempre que veiculada uma campanha do mercado, será revertida para o projeto Agro Favela.

Autonomia Alimentar de Mulheres Chefes de Família

Desde seu lançamento, a Agro Favela capacitou mais de 400 mulheres da comunidade através de formação em técnicas de cultivo, que podem ser aplicadas em casa, garantindo meios para que os moradores não dependam apenas de doações, ou sejam reféns da inflação e altos preços do mercado.

“Ter uma iniciativa como a AgroFavela dentro de Paraisópolis é muito importante, por atingir as classes C e D, principalmente as mulheres e mães chefes de família que se preocupam em entregar uma alimentação saudável para seus filhos. Existe um estigma de que morador de periferia não pode comer bem, mas aqui diariamente anulamos esse estereótipo entregando alimentos livres de agrotóxicos e promovendo saúde para todos”, diz Sônia Passos Vieira, Coordenadora do AgroFavela Refazenda.