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A 2ª edição do evento ConstruFavela23 oferece workshops sobre construção civil em Paraisópolis

A 2ª edição do evento ConstruFavela23 oferece workshops sobre construção civil em Paraisópolis

Foto: Divulgação

Por Fabiana Lima

Publicado em 24/10/2023 às 15:05

“A gente quer capacitar a mão de obra, gerar emprego e renda para os moradores da favela”.

O Evento da ConstruFavela23 reuniu a comunidade de Paraisópolis no pavilhão do G10 – Favelas, na manhã desta terça-feira (24), com o intuito de interligar moradores a empresas do ramo da construção civil, além trazer investimento em formação de mão de obra, oferecendo cursos, palestras e workshops etc. Com a presença do prefeito da cidade Ricardo Nunes, Carlos Silva, Ceo do Revitaliza Comunidades e líderes de outras frentes do projeto.

Sendo Paraisópolis a 2ª maior favela do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, muitos deles com empregos informais, a comunidade se torna um lugar em potencial para quem vê perspectiva de investimento em construção civil e conexão com profissionais experientes em busca de oportunidade.

Carlos Silva, Ceo da Revitaliza Comunidade, empresa voltada para revitalização de comércios e áreas públicas da favelas no país, criador do evento, que já está na segunda edição, fala sobre a perspectiva da feira.

“A gente quer capacitar a mão de obra, gerar emprego e renda para os moradores da favela”.

Ele enxerga possibilidades com uma via de mão dupla, ao mesmo tempo que gera emprego e não o mercado não deve ignorar os milhões de habitantes espalhados no país, que podem ser futuros clientes.

“Então nós queremos mostrar para as indústrias que no Brasil existem 11.403 favelas, com 20 milhões de pessoas vivendo nelas e um potencial de consumo de mais de 200 milhões de reais. Então as empresas que não estiverem olhando para este público estão perdendo oportunidade de crescimento, de venda e desenvolvimento”, afirma.

O prefeito Ricardo Nunes recorda a tragédia que aconteceu em outubro de 2021, em que casas desabaram e vitimaram moradores e da ação de remoção dos moradores em áreas de riscos: “As casas desabaram e a gente está fazendo o processo de reurbanização. Muito duro a gente vê aquela situação das casas construídas em cima do córrego e ter ocorrido aquilo”.

Sobre a urbanização ele também informou sobre os próximos passos para construção de moradias de interesse social.

“A gente tem aqui mais de duas mil famílias que estão no auxílio aluguel porque estão em áreas de risco. E agora a gente está construindo habitação para poder dar dignidade. Eu vou vir daqui uns dias para dar início em 414 unidades aqui na frente, que é da Vila Andrade,”.

O contraste da São Paulo, em que bairros chamados nobres, empurra moradores para regiões periféricas, onde ocorrem construções irregulares e em áreas de risco, deixa a população à mercê da vulnerabilidade e diante de acidentes iminentes.

Diante disso, a fim de prevenir moradores contra acidentes, o evento trouxe informações básicas de instalação elétrica. Especialistas alertaram sobre o perigo que existe quando são feitas erradas e indicaram o modo certo.

Telma dos Santos Lima, de 54, morada de Paraisópolis há mais de 40 anos, revela que no bairro falta muitas estrutura, mas que um projeto desse pode trazer melhoria.

“Tem muita gente que não tem oportunidade de fazer uma reforma na casa, muita gente tem o sonho de ver a sua própria casa arrumada, tem muita gente que não tem condições, aí com esse projeto facilita muito a vida das pessoas”, finaliza.