Entenda a importância de usar os termos corretos para se referir aos primeiros habitantes do Brasil

Dia 19 de abril é “comemorado” o Dia dos Povos Indígenas. Esse é o primeiro ano que a data é celebrada com o nome mais correto. Até 2022, o dia era chamado de “Dia do Índio”.

O nome “Índio” é considerado como errado, visto que não leva em consideração a diversidade dos povos indígenas e suas culturas. Durante anos, defensores das causas indígenas lutavam pela troca do nome.

A docente e doutora em História Social pela USP, Márcia Mura, afirma que a data simboliza a luta dos povos originários pela sobrevivência, desde a invasão dos portugueses ao Brasil. Após 523 anos, o massacre e genocídio aos povos indígenas ainda acontecem. Ainda segundo a professora, a alteração do nome era necessária para refletir sobre as ideias e lutas das sociedades indígenas.

O escritor e ambientalista Kaká Werá explica: A denominação “Índio” guarda toda a dor que os povos originários sofreram durante a época da colonização, das “missões dos Bandeirantes” e todas as marcas deixadas pelos invasores. “ Não acredito que haja uma denominação correta, visto que temos centenas etnias diferentes. Mas, as denominações que usamos são ‘povos ou cidadãos originários’. É importante salientar que quando falamos ‘Indígenas’ estamos citando pelo menos 387 tipos de etnias diferentes, é um termo que singulariza os povos originários”.

É importante enfatizar a dura luta do povo Yanomami contra o garimpo ilegal. Esse povo habita a floresta Amazônica há mais de 1 mil anos, e nos últimos anos viu o garimpo ilegal matar seus habitantes, contaminar suas terras e acabar com usa cultura. Em fevereiro, o Governo Federal lançou um pacote de ações que tem como objetivo acabar com o garimpo ilegal e resgatar a saúde fisica e mental do povo Yanomami.