Raio X de Paraisópolis e Heliópolis aponta que 83% dos moradores das periferias de São Paulo são consumidores expressivos de veículos de informação
O Instituto Favela diz divulgou dados consolidados das duas maiores favelas de São Paulo que revelam os hábitos de consumo de informação
Um levantamento realizado pelo Instituto Favela Diz traçou o perfil de duas das maiores comunidades periféricas de São Paulo, a favela de Heliópolis e Paraisópolis (Zona Sul). O estudo mostra os costumes de consumo de ambas as periferias.
A maioria dos moradores entrevistados são um público considerado jovem-adulto, variando a faixa etária entre 18 e 44 anos, com 36,7% dos moradores de Paraisópolis com uma renda média de R$ 900 até R$ 1.800; e Heliópolis de R$ 1.200 até R$ 2.500. Já 25% dos entrevistados recusaram responder.
Os dados se tornam evidentes quando olhamos para a empregabilidade dos entrevistados em ambas comunidades, onde há uma média de 60,4% trabalhando, 46,5% são CLT; 27,6% autônomos; e 14,3% MEI (Microempreendedor Individual).
Esses fatores justificam os dados que mostram um consumo massivo e fixo de veículos de comunicação dos moradores, principalmente no digital (83% dos entrevistados acessam a internet).
Ana Caroline, 25 anos, moradora de Paraisópolis, comentou que o celular é a principal ferramenta de conexão com a notícia: “Costumo consumir informação muito mais pelo celular, a rede social que mais uso é o Instagram“. Ana afirma que algumas informações gerais costumam chegar a ela pelo feed, mas que busca se atualizar nas páginas específicas do dia a dia de Paraisópolis, que não costumam estar na TV.
O relato mostra como a internet alavanca e democratiza o acesso à informação nas favelas, provando o interesse constante dos moradores no consumo de notícias.
Os dados citados são um resultado do número expressivo de posse de celular nas favelas, que apresenta celular/smartphone de 91,4% na média total. Samsung é a marca líder de celular, seguido de Motorola e Iphone.
Amanda de Assis, 33 anos, cozinheira, nascida e criada em Paraisópolis, afirma que costuma se informar pelo jornal na TV, após o trabalho. “Não costumo utilizar Instagram para isso, porque as informações são tudo internacionais ou de famosos” diz e reforça que o WhatsApp é a rede social mais presente na rotina dela. Também comentou que prefere os veículos tradicionais de informação para “não cair em Fake News”.
A pesquisa aponta que 67% dos entrevistados de ambas comunidades assistem TV Aberta. Entre a TV Aberta, os canais preferidos são: Globo, Record e SBT; nessa ordem.
Segundo o estudo, a tendência geral é que os moradores consumam TV Aberta e Fechada durante o início da noite e durante a noite. Já na internet, a concentração se apresenta em todos os horários, mas principalmente após o turno de trabalho, entre 18h e 20h.
Também, entre os entrevistados 55,3% moram em imóveis próprios e 37,3% alugados. A maioria dos entrevistados se declara pardo, e são oriundos de diferentes regiões: mais de 50% dos moradores nasceram em São Paulo e o restante dos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará.
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